Quem foi Santa Teresa D’Ávila?

Primeira mulher Doutora da Igreja, Santa Teresa D’Ávila fundou diversos conventos e foi exemplo de fé e determinação

Por Nosso Horóscopo
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Santa Teresa D’Ávila
Santa Teresa D’Ávila é considerada uma das maiores personalidades da Igreja. Fonte: Wikimedia Commons.

Santa Teresa D’Ávila é um dos maiores gênios produzidos pela humanidade. Ela deixou diversas obras, frutos da paixão pelos estudos desde a infância. Como religiosa, viveu e ensinou a oração como ferramenta de aproximação com Deus. Descreveu como uma poeta sua experiência mística com Ele e reformou o estilo de vida religiosa, fundando a Ordem das Carmelitas Descalças, além de diversos conventos. 

Família e primeiros estudos

Teresa de Cepeda y Ahumada nasceu em Gotarrendura, província de Ávila, em 1515. Filha de Alonso de Cepeda e Beatriz de Ahumada, era a terceira de dez filhos do casal. Criada em um ambiente religioso, Teresa desenvolveu muito jovem uma sensibilidade pelo transcendente. E, apesar de viver em uma sociedade analfabeta, foi incentivada desde cedo à leitura. 

Influenciada pela mãe, que dedicou-se à criar a filha para a vida cristã, Teresa interessava-se pela vida dos santos. Na adolescência, a morte da mãe levou-a a uma profunda tristeza, fazendo-a a tornar-se ainda mais devota à Virgem Maria, que adotou como mãe espiritual. Nesta ocasião, Teresa foi levada pelo pai para estudar como interna no Convento das Agostinianas de Ávila. Pouco tempo depois, em razão de uma grave doença, seu pai foi buscá-la e Teresa viu surgir um forte interesse em seu coração para a vida religiosa. 

Quando os médicos deram-se por vencidos pela enfermidade, Teresa suportava o sofrimento com muita oração e estudo de livros devocionais, tais como O Terceiro Alfabeto Espiritual, do Padre Francisco de Osuna e o Tractatus de Oratione et Meditatione, de São Pedro de Alcântara. Durante o tempo em que lutou contra a doença, provavelmente malária, Teresa praticou as instruções das obras que leu e, após três anos, recuperou a saúde.

Vida religiosa

Em 2 de novembro de 1535, Teresa D’Ávila fugiu da casa do pai para o Convento Carmelita da Encarnação com a intenção de iniciar sua vida religiosa. Essa decisão foi tomada diante da recusa do pai em aceitar sua ida ao convento. No entanto, não demorou muito para que a jovem ficasse insatisfeita. Ela buscava solidão e recolhimento, algo que não encontrou no Convento, visto que naquela época era costume nos conventos as religiosas receberem visitantes a qualquer hora. Após conversar com seu confessor, o padre São Pedro de Alcântara, Teresa decidiu abandonar o tempo que passava no locutório do convento e voltar à prática intensiva de orações, levando uma vida meditativa. 

Neste período, Teresa D'Ávila percebeu que os mosteiros precisavam ser reformados, que a comunidade religiosa nos conventos estava descuidada, devido às conversas exageradas nos locutórios, ao desprezo pela oração e à quebra de clausura das religiosas. Teresa acreditava que esses e outros pontos levavam o convento à decadência, sendo necessária uma reforma. 

Assim, a religiosa decidiu, em 1562, fundar um Carmelo sem os problemas que encontrou no Carmelo da Encarnação e outros que observou na época. Diferentemente do que os habitantes de Ávila estavam acostumados, o novo Convento tinha como característica a pobreza extrema e quase foi suprimido se não fosse a ajuda de poderosos patrocinadores, como Guimara de Ulloa, uma amiga rica de Teresa que ajudou a financiar a construção do Carmelo, o Bispo de Ávila e São Luís Beltrán.

Finalmente, Teresa encontrou o ambiente necessário para o recolhimento e oração e, nos cinco anos que se seguiram após a inauguração do novo convento, ela dedicou-se aos estudos. A religiosa não parou por aí, além de escrever diversas obras, fundou outras casas de sua ordem e reformou conventos em toda a Espanha. Nos conventos criados e reformados por Teresa, era estabelecida a mais estrita clausura e silêncio. Como também, era feito voto de pobreza e as religiosas usavam sandálias em vez de sapatos, por isso, eram conhecidas como as Carmelitas Descalças. 

Antes de morrer, suas últimas palavras foram: "Meu Senhor, é hora de seguir adiante. Pois bem, que seja feita Tua vontade. Ó meu Senhor e meu Esposo, a hora que tanto esperei chegou. É hora de nos encontrarmos!".

Foi canonizada pelo Papa Gregório XV em 1622, quarenta anos após sua morte. E, dentre os reconhecimentos que recebeu, podemos citar: 

  • O status de Doutora da Igreja, concedido sob o pontificado de Paulo VI;
  • O título de Doctor Ecclesiae, concedido pela Universidade de Salamanca;
  • A beatificação, quando passou a ser chamada de Santa Teresa de Jesus.

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